quinta-feira, 14 de julho de 2011

A mulher infiel - final

Continuação de:

E o marido mandou o “link” do site onde anunciava sua esposa a Carlos Ramiro, seu pior concorrente, inimigo declarado, a quem nutria ódio profundo. Carlos não pode deixar de ver o site, e quase não acreditou quando viu a foto. A mulher daquele filho da puta se oferecia como prostituta, não podia perder essa.
- Tem um cara que ta pagando muito caro pra te ver, reservou a tarde toda, trata ele bem
- Qm é o cara?
- Ñ faço idéia, mas trata ele bem pq ele tem grana
Layse reconheceu Carlos Ramiro, e identificando-o como adversário do marido, viu nele uma possibilidade de salvação. Tratou-o bem, disse que fazia programas para fugir da rotina do casamento, que gostava de homem de verdade que a dominasse, e que estava feliz em fuder com o homem que o marido mais temia e respeitava.


O idiota, seduzido pelas doces palavras da rameira, teve elevada a sua auto-estima, o que melhorou seu desempenho sexual. Surpreendentemente, naquela tarde, demorou em gozar, ante as rapidinhas que o industrial conseguia com a esposa, e gozou muito. Os carinhos da vaca, agora puta experiente, e as palavras de incentivo, levaram-no a mais uma ereção, quando ele já tinha perdido na memória o tempo em que seu pinto levantava duas vezes seguidas.
- Eu nunca gozei tanto numa tarde só, assim eu me apaixono – disse ela.
- Sério? – perguntou o bobão, incrédulo com seu desempenho, que há tempos não era elogiado – Vou querer te ver mais vezes.

- Eu também – concordou, e notando que havia um pequeno volume por baixo das calças convidou: - fica mais um pouco, que essa é por conta da casa ...
Abaixou as calças do pato e aplicou-lhe um boquete soberbo. Ao terminar, beijou-lhe a boca e disse: - não se esquece de mim.
Carlos Ramiro voltou outras vezes, atraído tanto pelos elogios que recebia da mulher do inimigo, quanto pelo singular desempenho na presença dela, que o estimulava. Aos poucos, aos murmúrios – se bem que captados pelos microfones sensíveis ali instalados – ela contou parte do seu infortúnio, e as causas que a levaram à prostituição.

Olavo sabia que a aventura estava chegando ao fim, que agora tinha um inimigo respeitável pela frente. Quis acelerar as coisas para não arriscar mais. A um amigo comum, pediu que organizasse um jantar com os industriais do setor e respectivas esposas, mais alguns políticos e gente do governo. Ramiro certamente estaria lá, com sua obesa consorte.
- tu tem q me liberar nesta 6ª a tarde;
- pq?
- Meu marido tem um jantar com empresários e políticos, qr q eu vá deslumbrante, preciso me arrumar;
- Tem um cara q ñ da pra dispensar, pq ele paga muita grana por programa
- É o Carlos? Antecipa ele pro inicio da tarde, vou pro cabeleireiro depois
-
Naquela tarde Carlos e Layse fuderam, trocaram juras de amor, ela elogiou o pau dele mais uma vez. Só não fuderam mais porque ela tinha mão, pé, cabelo e maquiagem marcados.

À noite, em mesas próximas, trocaram olhares, e essas trocas não fugiram à percepção de Olavo, que sentia o epílogo aproximar-se. Ela foi ao banheiro, e o concorrente levantou-se e foi atrás, e demoraram bem mais que o tempo necessário para uma simples mijada. Ramiro olhava Olavo com a superioridade de quem estava comendo a mulher do rival, e se sentia feliz por isso. Olavo fazia bem o olhar bovino que os maridos enganados mormente expressavam.

Na semana seguinte, com Layse menstruada, nada aconteceu, a não ser uma intensa troca de mensagens entre o chantagista e a puta, o cafetão e o cliente. Ficou decidido:
- o trouxa q te comeu na 6ª feira passada qr viajar, qr passar 4 dias ctgo
- onde ele qr ir
- tem q ser um lugar isolado, q vcs ñ vejam ngm, ele tbm é casado;
- posso ir? Q tu sugere?
- Pode sim. Cobrei uma grana pesada, e ele topou. Acho q vcs devem ir pra um hotel fazenda em Cambará do Sul. Ñ tem nada por perto num raio de 100 km, e nesta época ñ vai ngm lá.

Layse disse ao marido que iria tirar uns dias de férias no SPA do Kur Hotel, em Gramado, e Olavo mostrou-se feliz em que a esposa descansasse, pois as atividades assistenciais a estavam exaurindo. Ajudou-a a arrumar as malas e, evidente, fez que não percebesse o pacote de preservativos que ela levava na sua nécessaire. Ela também não percebeu quando ele, habilmente, subtraiu-lhe as camisinhas. Aqui um parêntese, para que o leitor entenda que, por prescrição médica, Layse não tomava anticoncepcionais, e outro parêntese para explicar que Olavo fizera a viagem coincidir com o período de ovulação da esposa.

Este era o ardil que tão habilmente preparara. Se tudo desse certo, a mulher infiel voltaria grávida do seu pior inimigo. O plano de Olavo era descontar a fatura e fazer o otário pagar a conta.
Alguns fatos que se seguiram são dignos de nota, e vale a pena estender-se no relato para que não se percam os detalhes importantes. Layse engravidou, eis que não achara os preservativos e não havia, no Hotel Fazenda, onde comprá-los.
Dois meses após, em conversa com seu cafetão, pediu ajuda:
- To grávida. Tô fudida, q q eu faço?
- Tu pode abortar, ou tu pode dizer q o filho é do teu marido.
- Mas a gente só transa de camisinha.
- Então passa transar sem, diz pra ele q o látex ta irritando a mucosa da tua buceta.
- Boa idéia, mas não sei se rola.
- Faz o seguinte: programa um cruzeiro de 7 dias pela costa brasileira, e fode bastante. Vai ter desculpa pra tu enjoar e tudo.
- Tu deixa eu ir?
- Claro

O marido ficou surpreso com a pressa com que a esposa programara a viagem, mas mostrou-se contente ao aceitar. Luis Olavo, a despeito da traição e da vingança, ainda sentia atração sexual por Layse. Dedicou-se a comê-la de todas as formas, em todos os horários, sempre e mais, e pouco viram do passeio. Após transarem escondidos no convés do navio, sob a proteção de um barco salva-vidas, ela confessou:
- Eu não tô me protegendo, tem risco de eu engravidar.
- Não tem esse risco não. E eu fiz vasectomia. Te contei, mas tu tava tão preocupada com teus assuntos que nem me ouviu. Podemos transar despreocupados.
Depois disso não transaram mais. Ela não tinha condições psicológicas, nem físicas, pois os enjoos, não se sabe se da gravidez, ou se do balanço do navio, permaneceram pelo resto da viagem.

Quando voltaram para casa, mais uma vez o MSN foi acionado, e ela buscou aconselhamento com o cafetão;
- Ele fez vasectomia;
- Faz aborto
- Sou puta, sou infiel, mas ñ sou assassina: o feto já tem 3 meses;
- Então te fode
- Me ajuda
- Fala pro Ramiro q o filho é dele; diz pra ele largar a esposa e ficar ctgo; senão tu entra com uma ação de reconhecimento de paternidade;
- E o Olavo?
- Corno tem mais é q se fuder. Conta pra ele, e faz um acordo de divisão de bens q fique bom pra ele q ele se consola, mas acho q ñ vai rolar pensão pra ti
- To cagando pra pensão
- Então ta resolvido.
- E tu?
- Eu vou extorquir o teu futuro marido.

E assim foi feito. Carlos Ramiro sentia-se atraído pela bela e infiel Layse, e ficou contente em engravidar e roubar a mulher do rival. Achava-se vencedor. Livrou-se da sua gorda esposa e imediatamente assumiu a paternidade e a relação estável com a ex-prostituta.
Layse, quase dando a luz, por enquanto respeita seu novo companheiro, futuro marido assim que se homologarem os divórcios, e desfila orgulhosa pela mais alta sociedade de Porto Alegre.
Luis Olavo, como cafetão, tomou quase um milhão do rival, com o compromisso de não revelar a sacanagem da nova companheira; como ex-marido, deixou à Layse uns poucos bens sem importância e livrou-se da pensão; como pai, manteve consigo a guarda dos filhos; como homem, agora só namora meninas de 19 anos, e rompe o namoro a partir do momento em que elas completam 20.

O personal trainer, demitido da academia, teve sua reputação destruída por um boato de que teria estuprado uma aluna sua, e quase não tem clientela.
O porteiro continua na portaria, e troca olhares maliciosos sempre que Layse visita seus pais.
E eu, que embolsei meus justos honorários, sou depositário de farto material pornográfico, e cada dia resisto a tentação de rever as cenas picantes protagonizadas pela mulher infiel.

walfredo.wladislau@hotmail.com

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