terça-feira, 5 de julho de 2011

A mulher infiel - parte 1

Relatarei o ocorrido sob o pseudônimo: Walfredo Wladislau (WW).


Meu escritório atende preferencialmente empresas, questões societárias, questões tributárias; no entanto, a intimidade que estabeleço com meus clientes, e a confiança que eles acabam por depositar em mim, fazem com que compartilhem comigo suas intimidades mais secretas, na busca de consolo pessoal e de apoio jurídico. Algumas dessas histórias, que coleciono com carinho, distribuo aos leitores, para que aprendam, e ensinem, o quanto as vidas são passionais.
Quando o dono de uma grande empresa – Luis Olavo – contou que achava que a esposa o estava traindo, logo comecei a murmurar os versos da música do Secos&Molhados que me veio a mente:
- Oh, mulher infiel, traiçoeiramente ativa ...

Luis Olavo acompanhou a música atento, ainda que preferindo a interpretação de Ney à minha. No final, pensativo, olhou sério e perguntou:
- O que significa “eficiente nas horas vivas e nas horas vagas-pagas”?
- Não faço a menor idéia do que o João Ricardo quis dizer com isso – respondi - nunca entendi o sentido desses versos, mas a melodia é tão forte que a letra se firmou como verdade.
O rosto do meu cliente se iluminou, como se lhe tivesse vindo uma idéia, mas continuou me ouvindo atentamente:


- Achar que ta sendo traído não serve! Tem que ter certeza; e tem que ter prova! Vamos colocar um detetive atrás dela, pra documentar e fotografar tudo, durante vários dias. As fotos produzem um efeito moral importante, que vai nos ajudar a negociar a divisão dos bens e a pensão, ou piorar a imagem dela perante o juiz, se não sair acordo.

Expliquei ao empresário, então com 36 anos, que a maior parte do seu patrimônio fora herdada de seus pais com cláusula de incomunicabilidade, mas que o regime de casamento determinava que muitas coisas importantes adquiridas após as núpcias deveriam ser divididas; além disso, a vida de princesa que ele garantia à dondoca lhe assegurava uma pensão muito gorda. Denegrir a imagem da esposa significava, acima de tudo, redução desses valores.
- Teu casamento foi pro saco. O que importa agora é o tamanho da conta que tu vai ter que pagar. – resumi.

Ele me passou mais algumas informações, acertamos meus justos honorários, e fiquei com a missão de contratar e orientar o detetive, que iria provar as safadezas da mulher. Não havia limites para gastos. Combinamos reuniões semanais, para acompanhar os resultados parciais da investigação.
Caros leitores: não há mais privacidade para nada! A tecnologia a disposição de qualquer iniciado torna possível que se descubra o pensamento mais íntimo. Um detetive competente, sem limite de gastos, faz chover.

O primeiro relatório foi um CD, em que havia fotos, filmagens, conversas telefônicas, cópias de extratos bancários, transcrição de conversas no MSN e uns outros documentos. O material era forte, e confesso, preferia renunciar aos meus ganhos que enfrentar a decepção do meu cliente ao compartilhar com seu advogado aquela traição tão infame. Quando Luis Olavo chegou, me preparei para o pior. Fiz uma brincadeira cretina, que na hora me arrependi:
- tenho duas notícias pra ti: uma boa e uma ruim ...
- Fala a boa ...
- Tua mulher é muito gostosa ...
- E a notícia ruim é que ela é muito puta ... – disse ele rindo, o que me aliviou o arrependimento pela piada de mau gosto.

Perguntei se ele queria assistir sozinho, torcendo para que dissesse sim, mas ele pediu que eu ficasse. Assistiu a tudo impassível, atento, como se estivesse analisando os demonstrativos contábeis das suas empresas.

Primeiro veio uma seção de fotos. Layse, como se chamava a messalina, tinha o jovem personal trainer, que a visitava todas as manhãs na pequena academia de ginástica instalada na própria casa – na verdade uma mansão – onde o casal morava. As fotos davam conta de que o jovem Ricardão era recebido todas as manhãs com beijos longos, enquanto suas mãos percorriam o corpo da madame. Em seguida, ele lhe baixava a malha de ginástica e lhe chupava cada um dos peitos. Apimentavam os exercícios com carícias de forte conotação sexual. Chamou a atenção o método que eles desenvolveram para fazer abdominais: a aluna deitada, no aparelho, o professor de joelhos, sobre a aluna, de calções arriados e o membro ereto para fora; a cada flexão, quando ela subia o tronco, abocanhava o pau do amante.

Um detalhe me marcou: as expressões dos rostos denotavam sentimentos diferentes, eis que o rosto masculino se mostrava emocionalmente envolvido, curtindo cada momento, enquanto o rosto feminino evidenciava certo tédio, de uma mulher que mantinha os olhos arregalados enquanto era beijada.
- Nunca confie em ninguém que beija de olhos abertos! – Eu disse a Luis Olavo, que sequer desviou o olhar da tela do computador.

Em seguida das fotos vieram os vídeos. Em um ambiente desconhecido, encontravam-se ela e o personal fucker. Apesar da libertinagem que tomava conta das seções de ginástica, não transavam naquele momento, como dizia o pequeno texto explicativo do detetive. Encontravam-se numa sala comercial, localizada em um prédio de médicos, dentistas e psicólogos, alugada pela traidora. Nesses encontros, quase sempre durante a tarde, os beijos eram ardentes, e pelos diálogos que com dificuldade se escutava, ficava claro que o rapaz era apaixonado, enquanto a mulher só queria ser fodida.

Uma das cenas mostra Layse sozinha, deitada pelada numa espécie de divã, masturbando-se e tocando seus seios, apertando os bicos e puxando-os para cima. Em seguida, um barulho na porta, e ela continuou a siririca por uns instantes, como se não quisesse perder as imagens que habitavam a sua mente. Diante da insistência, ela levantou, foi até a porta, abriu, e quando o professor se jogou aos seus braços, os gestos indicavam a amava e que tinha saudades, mas ela retribuiu um beijo rápido, desvencilhou-se do abraço e voltou a se deitar, abrindo as pernas e mostrando que ansiava por continuar a sua fantasia, agora com a língua e a boca do amante.


Durante o coito oral, que durou vários minutos, ela se retorceu, gemeu, gritou um pouco, e segurou a firme cabeça do rapaz, que ainda vestido, buscava em deixar de ser um mero figurante das cenas que a amante imaginava.

Ao dar-se por satisfeita, exausta, ela fechou as pernas, virou de lado, enquanto o personal rapidamente baixou as calças e mostrou o membro ereto.
Sem dizer nada, mecanicamente, ela abocanhou o pau do namorado, que estava de pé, e com movimentos rápidos, tentou fazê-lo gozar o quanto antes. Impaciente com a demora, pôs-se de quatro, oferecendo a buceta e o cu para o Ricardão, que preferiu aquela. A qualidade da imagem não era tão boa, e o som bastante fraco e suscetível a várias interferências, mas eram nítidos o suficiente para dar a entender que o varão gozou intensamente, e ela ficou aliviada por ele ter acabado.

Vestiram-se rapidamente, ela mais depressa que ele. A despedida foi um selinho de leve, e ainda se pode ver os lábios dele esperando por um beijo mais intenso. Ele saiu primeiro, ela saiu em seguida.
- A puta nem se limpou. – Concluiu Luis Olavo.
Outros filmes foram passados, e quase todos repetiam a cena. Em alguns, ela ansiava por mais sexo, e tratava melhor o amante, que se entusiasmava e fazia declarações apaixonadas; noutros, o sentimento de tédio era por demais evidente.

Houve um filme que chocou a mim e ao detetive, e discutimos muito se havia necessidade de mostrá-lo ao cliente. Decidimos ser profissionais, e não furtar ao corno o conhecimento daquelas verdades. Layse era uma mulher bonita, 32 anos, loira, cabelos compridos, magra na medida certa, seios avantajados que ainda demorariam muito a merecer uma plástica, pele bem cuidada, maquiagem leve realçando o bonito, sem nada de feio para esconder. Na cena, num final de tarde, estava de pé na sala alugada, rodando de um lado para outro e consultando o relógio a cada instante. Por muitas vezes discava um número no celular, e quando o levava ao ouvido, restava claro o destinatário estava fora da área de cobertura ou temporariamente desligado. Naquele dia, segundo escrevera o detetive em seu relatório, não havia feito ginástica e não fudera com o professor.

O filme roda por quase uma hora de angustia e espera. Ela deu um sorriso quando ouviu a porta bater, e correu para abri-la.
- Quem é esse negão? - eu pergunto, enquanto Luis Olavo congela a cena.
Entra um homem de meia idade, cor entre pardo e negro, careca em cima da cabeça. poucos cabelos nas laterais, camisa de seda floreada, corrente dourada no pescoço, parecendo um bicheiro carioca. Não era alto, e sobressaia-lhe uma barriga de cerveja. Certamente teria mais de cinqüenta anos. Para completar o tipo, ele ainda usava uma capanga embaixo do braço, onde levava sabe-se lá que documentos.
- Puta que pariu! – disse Olavo.

- Puta que pariu o que? Porra! Quem é esse preto veio, careca e barrigudo? – perguntei.
- Esse negão é porteiro do prédio onde moram os pais dela. Faz mais de 20 anos que ele trabalha lá ...
Aquilo me chocou, mas as cenas seguintes foram piores. Ela se entregou completamente ao porteiro, indagando-lhe sobre o atraso, que ele sequer se dignava a explicar. Só disse que estava com pressa, que não poderia demorar muito, e nem tentou consolar a evidente decepção dela com pequena duração do encontro. Beijando-lhe o rosto, a boca e o corpo, ela foi tirando a roupa do amante com a avidez de quem sente saudades.

Quando ela pegou a mão do namorado e para conduzi-lo à alcova, ele olhou diretamente para os seus dedos e reclamou:
- Já te disse que não gosto que tu pinte as unhas de vermelho, fica parecendo puta ...
- Eu sei, meu amor, é que meu marido vive pedindo ...
- Eu quero que o teu marido se foda ...
- Pára de brigar comigo e me fode! To morrendo de saudades.
Diferente do que fazia com o professorzinho, agora era Layse quem atacava, com força, com vontade, demonstrando querer muito aquele amante que, por usa vez, a desprezava completamente. Tanto que, sem pressa, e quase sem tocá-la, esperou que ela o despisse, que dobrasse cuidadosamente suas roupas, para então deitar-se no divã, esperando que ela fizesse o trabalho.

Submissa, ela começou pelos pés, que beijava e lambia com uma devoção de escrava. Enquanto isso, sua mão punhetava o amante, cujo pau não dava mostras de grande entusiasmo. Ela foi subindo, lambendo a parte interna da virilha, e de certa forma sorrindo, porque essa sensação provocava uma pequena reação no membro que começava a acordar. Ela esticou o corpo para beijar a boca do parceiro, mas ele empurrou sua cabeça para baixo, como que ordenando para o que o chupasse, e ela fez com gosto, primeiro a bola direita, depois a esquerda, depois o saco, e finalmente o pau, que entrou quase mole na sua boca, e saiu quase duro quando ela terminou. Com pressa, ela sentou no pau, começou a rebolar e a gemer, enquanto que, para mantê-lo excitado, a vagabunda beijava-lhe o peito e a boca.

Foi uma foda rápida. Ele gozou, ela certamente não; não ter gozado, no entanto, não a deixou infeliz. Ao contrário, seu rosto estava radiante pelo simples fato de ter satisfeito seu senhor, que agora se vestia com a ajuda dela. Antes de por-lhe as calças, ela ainda abaixou-se e lambeu o pau melado, como para guardar consigo o gosto da porra. Em razão disso, certamente, ele esquivou-se de beijar-lhe a boca da meretriz quando se despediram. Antes, de ir, com a porta entreaberta, ela ainda perguntou se ele estava precisando de alguma coisa, e diante da indiferença, ela correu à bolsa, tirou um maço de notas de R$ 50,00 e entregou-lhe na mão; sem olhar para as oncinhas, ele as pôs no bolso, deu um beijo na testa da vagaba e foi embora. Sozinha, ela deitou-se no divã, tocou-se até gozar, terminando a obra incompleta.

Luis Olavo ficou bastante abalado com o que viu, mas não demonstrou qualquer reação. Parou-se em frente à janela do meu escritório, e enquanto procurava os últimos raios de sol que se escondiam atrás do horizonte nublado, refletia profundamente. Eu respeitei o transe, e quando ele voltou a si, quebrei o silêncio com uma frase técnica:
- Acredito que temos bastante material pra começar a brigar.
- Não vamos brigar – disse ele, resoluto – Minha idéia é diferente. Vou viajar por mais uns 10 dias, e quero que o detetive intensifique as investigações, coloque mais câmaras e microfones nessa sala que ela aluga. Na minha ausência ela vai se fartar, e nós vamos acumular material.

Dito isto, passou a explicar minuciosamente o que pretendia fazer. Em meio à explanação, interrompi:
- Não posso participar disso; algumas coisas que tu pretende podem constituir crime, e eu to fora.
- Não quero que tu participe de nada. Só me alerta os riscos e me indica como neutralizá-los. O resto é comigo. Sei que tu gosta de uma boa história, e tenho certeza que vamos nos divertir muito daqui em diante.

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